sexta-feira, setembro 30, 2005

o melhor da arte portuguesa















Eduardo Nery

Parabéns à Fundação Ilídio Pinho pelo brilhante site a que foi dado o nome de Anamnese.
Agora, qualquer leigo interessado em conhecer mais sobre a arte e os artistas portugueses tem a oportunidade de aceder, num simples clique, ao que de melhor se faz em Portugal no nível da arte. De Ana Hatherly a Pedro Calapez, de Eduardo Nery (em cima) a Nikias Skapinakis...
É bom saber que há muita coisa a funcionar bem em Portugal.
Sempre podemos dormir um pouco mais orgulhosos.
www.anamnese.pt

quinta-feira, setembro 29, 2005

quinto/nevoeiro

"
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
"

MensAgitatMolem
Fernando Pessoa

quarta-feira, setembro 28, 2005

e agora?

O Correio da Manhã publicou hoje uma lista de autarcas que pediram a reforma à Caixa Geral de Aposentações.
A dúvida consiste em saber a que se dedicarão agora os beneficiários destas pensões...
Santana Lopes (Figueira da Foz e Lisboa) - 3178,47 euros
Narciso Miranda (Matosinhos) - 3273,01 euros
Raul dos Santos (Ourique) - 2368,06 euros
Carlos Pinto (Covilhã) - 3099,03 euros
Armando P. Lopes (Figueira de Castelo R.) - 2537,89 euros
Joaquim Céu (Alpiarça) - 2537,89 euros
Rui Silva (Arganil) - 2855,12 euros
António Solheiro (Melgaço) - 2729,81 euros
Francisco Tavares (Valpaços) - 2702,85 euros
Francisco Ribeiro (Stª Marta de Penaguião) - 2537,89 euros
Hernâni Pinto (Armamar) - 2437,78 euros
Luís Mourinha (Estremoz) - 1438,15 euros
Luís Azevedo (Alcanena) - 2855,12 euros
António Fernandes (Maia) - 2247,65 euros
António Godinho (Aljustrel) - 2537,89 euros
Júlio Sarmento (Trancoso) - 2412,58 euros
Mário Ferreira (Tarouca) - 1845,87 euros
António R. Costa (Ribeira Grande) - 2662,91 euros
Curioso é o facto de alguns dos que pediram a reforma continuarem a ser candidatos.

terça-feira, setembro 27, 2005

segunda-feira, setembro 26, 2005

e se alguém fizesse uma chamada anónima...

Na passada sexta-feira, o Diário Económico publicou um artigo do jornalista Ricardo Costa, chamado "sanção democrática", em que aconselhava os portugueses a votar “contra” alguém que não se quer ver no poder, adicionando que "é eficaz, é simples e é um direito inalienável". E com razão. Podemos fazê-lo.
No entanto, quando há políticos dinâmicos, com visão e competência, as populações não querem saber se eles são ou não perseguidos, seja pela justiça, pelos próprios partidos ou mesmo pelos jornalistas.
E apesar de se falar em separação dos poderes do Estado, desde Montesquieu, grande parte da comunicação social, que cada vez mais se assume como um poder, continua a tentar interferir nos poderes, executivo, legislativo e judicial. É atribuição dos media informar. Já não o é dizer, por exemplo, que Oeiras, um concelho com elevada cultura, vai votar em quem não devia, porque este e aquele foram constituídos arguidos. E refiro-me a Oeiras como poderia falar de outro qualquer concelho.
É por serem cultos que os cidadãos que confiam no trabalho de determinados políticos continuarão a votar em quem fez um bom trabalho. Porque, sejam ou não corruptos, eles fazem, eles criam, eles trabalham. E isso muda e melhora a vida das pessoas. Quem é culto e informado não muda de opinião conforme o que dizem os repórteres. É inculto quem, por não entender nada de processo penal e não saber como em Portugal é fácil constituir alguém arguido, muda a orientação do voto porque aquele ou o outro disse que o candidato é corrupto.
Rogério Alves, o próprio bastonário da Ordem dos Advogados, admitiu ainda há pouco tempo que "basta uma simples chamada telefónica anónima" para que alguém seja constituído arguido.
Há, por isso, que manter a calma. Deixar à justiça o que é da justiça, e às populações o que lhes compete. Que se deixe funcionar as campanhas eleitorais e não se perca horas de informação com corruptíveis e incorruptíveis. Senão, qualquer dia caímos no mau gosto de remexer tanto o passado das pessoas e escrever em jornais, como já o fez Manuel Maria Carrilho, que este ou aquele foi toxicodependente.
Contudo, a sentença judicial é soberana. E tudo o que for provado contra qualquer candidato deve naturalmente proceder, sendo punido o responsável. Devemos, nesses casos, como cidadãos, ser os primeiros a defender as decisões dos juizes. Mas enquanto não houver sentenças judiciais, devemos esperar...
Aliás, se no despacho do tribunal de Felgueiras se lê que Fátima Felgueiras esteve "alegadamente" no Brasil e fugiu "aparentemente" à justiça, quando todos sabemos que não houve nenhuma foto-montagem - a Sra. Felgueiras esteve mesmo no Brasil -, porque não podem outros tribunais dizer que "alegadamente" ou "aparentemente" algum candidato cometeu determinado delito. Há que esperar pelas sentenças. Aí podemos formular as nossas opiniões.
Por agora, é tempo de falar dos programas, das propostas. Vamos conhecer os milhares de caracteres que Carrilho, como muitos outros candidatos, ainda está por apresentar. Vamos falar do agora e do amanhã. De factos passados tratam os tribunais. A comunicação informa, retrata o presente.
Desta vez, não sou candidato em nenhuma lista falo, portanto, de forma insuspeita. Nem sequer vou votar na mesma lista nos boletins de voto para os três diferentes órgãos (câmara municipal, assembleia municipal e assembleia de freguesia) da autarquia em que resido. Porque avalio a competência das pessoas.
Surge agora a dúvida: e se alguém, mal intencionado, como tanta outra gente, decidisse fazer uma chamada anónima contra algum político ou jornalista que critique os candidatos que foram constituídos arguidos...?

sexta-feira, setembro 23, 2005

o sector dos sectores...?

Os agentes económicos do sector do turismo têm vindo a adoptar, cada vez mais, perante a concorrência internacional, um vasto conjunto de medidas dinamizadoras, essencialmente no que toca à oferta. O sector do turismo é pois um dos mais importantes na nossa economia, representando 8% do PIB, em 2003, e absorve cerca de 10% do emprego.

Embora se tenha verificado alguma estagnação a nível das receitas em 1999, estas recuperaram nos anos seguintes. A realização do Euro 2004 veio proporcionar uma dinamização da actividade nesse ano, com o consequente aumento do número de turistas e das receitas.

Portugal, ao contrário dos seus concorrentes europeus, tem conseguido manter a participação a nível mundial, embora novos destinos tenham afastado os turistas dos mercados tradicionais.

De acordo com a Direcção-Geral de Turismo, em 2003, o nosso país atingiu o 16º lugar no "ranking" dos principais destinos turísticos, com 11,7 milhões de turistas entre 27,5 milhões de visitantes, e na 20ª posição no “ranking” das receitas, com mais de 6 mil milhões de euros, verificando-se um aumento significativo em relação a 2002.

No entanto, apesar deste trajecto ascendente, tem crescido ultimamente um movimento do sentido de uma maior diversificação da oferta, tendo-se desenvolvido modalidades de alojamento que compõem o turismo no espaço rural (turismo rural, turismo de habitação e agro-turismo).

As receitas provenientes do turismo têm, nos últimos anos, registado avultados acréscimos, chegando a 2004 com 6,3 mil milhões de euros – um incremento de 7,7% em relação ao ano anterior.Estas recentes modalidades têm ganho uma elevada procura, nomeadamente no que toca a turistas portugueses. Parece, pois, ser este um sub-sector com futuro no nosso país, devido à procura da tranquilidade, longe das estâncias de turismo de massas.
Tiago de Melo Cartaxo

domingo, setembro 18, 2005

stop terrorism!

ahora también portugal va a marcar



Como não bastava as várias propostas do candidato à câmara de Lisboa, Manuel Maria Carrilho, de copiar em tudo Barcelona, Los Angeles, Roma..., veio também o Ministro da Economia, Manuel Pinho, lançar, em mais um grande projecto de inovação, o programa "Portugal Marca".
Isto porque, de acordo com o Ministro, Espanha tem utilizado um slogan igual há uma década e tem resultado. Ou seja, apesar de, finalmente, alguém decidir criar a "marca Portugal" - uma ideia que deveria já ter sido posta em prática há muito -, comprometeu-se todo o futuro desta marca ao copiar, descaradamente, a campanha de promoção do país vizinho, que é, nem mais, a nação com a qual Portugal é mais vezes confundido lá fora.
A partir de agora, na Europa e no mundo, ao lado de "Andalucía Marca", "Galicia Marca", Portugal también va a marcar, como qualquer outra região espanhola.
É mais um exemplo de mediocridade e falta de imaginação.
Que continue o programa, que merece aplausos, mas que, no mínimo, se mude o slogan.

sábado, setembro 10, 2005


um fim de tarde na Praia Grande

a vontade...


Primeira página do DN de sexta-feira, 9 de Setembro

É possível ver aqui a tremenda vontade do Primeiro-ministro português em accionar o detonador da implosão de quinta-feira.

determinação...


EPA-João Relvas in DN

As fotografias de José Sócrates publicadas pelo Diário de Notícias na edição de sexta-feira, dia 9, aquando da implosão do dia anterior demonstraram o grande interesse do Primeiro-ministro português em eventos pirotécnicos.
Aliás, afirmou o próprio aos jornalistas que gostaria que se repetisse este método por mais vezes.

e caiu.


Lusa

Estas são as imagens da implosão de uma das torres Torralta, em Tróia, que a RTP disponibilizou no seu site.

quinta-feira, setembro 08, 2005

o que os ingleses pensam de nós

Leiam, por favor, este artigo do The Times sobre Portugal e a nossa comida. Disgusting!


August 21, 2005
Table talk
AA Gill

I’ve never been to Portugal, so my prejudices about the salty Iberian appendix are unsullied and uncorrupted by acquaintance. It is with a disinterested authority, therefore, that I can say Portugal is Belgium for golfers, a place so forgettable that the rest of us haven’t even bothered to think up a rude nickname for it.
Portugal is Britain’s oldest ally — like that keen exchange student your mother forced you to be nice to, and who turned up in paperweight glasses and national costume. It’s also the only colonial power that was given independence by its own colony. Brazil told Lisbon it would just have to stand on its own two feet now, because, frankly, being seen out with it was getting embarrassing. Portugal’s colonial reputation was for being overfamiliar with the folk they were ripping off. In fact, there is a theory that the Portuguese only got an empire as a desperate attempt to get laid.
The world is dotted with plain mates on double dates, countries that are gawkier, hairier, shyer, goofier and less entertaining than their friends. Their main purpose is to make the next-door neighbour look good. Obviously, there’s Canada, which is the ugly friend of America. New Zealand is the dingo date for Australia. Ulster is the foul-gobbed psycho with a neck tattoo out with lyrical, literate, craicing Eire. But how depressing must it be to be the forgettable one out on a date with Spain? It’s a Ladyshave assault course.
Portugal has been doomed to be the mini-me España. It’s Spain that’s famous for sailors and discoverers, when, in fact, the Portuguese were better and braver at it. Spain got fascism and Franco; Portugal just got some bloke called Salazar, but nobody noticed. Spain got bullfights, flamenco, Penélope Cruz and Real Madrid; Portugal got golf courses, porto, gout and domestic servants. Name three famous Portuguese who weren’t sailors. Or three of your favourite Portuguese dishes. Okay, so there’s bacalao (salt cod), those little custard tarts and, erm, another one of those delicious little custard tarts.
One of the problems with the communal, back-slapping, one-for-all-and-all-for-France Europe is the rock-on relativism (by the way, Portugal is in the EU, isn’t it?). We’re all supposed to be uniformly good and nice and attractive. We’re supposed to believe that everyone’s sense of style is equal, that their pop songs are jointly joyous and that everyone’s domestic cookery is equally, salivatingly moreish. So in EU-topia, the food of Greece is as wonderful as Italy’s, although there’s always the proviso that it has to be really, really well made. How many people do you think there are who can make Greek food taste good? Very few. And they’re all Turks.
In gallant little Portugal, the food is well meaning and pretty dreadful. And before you say anything, no, I’ve never had it well made, because I’ve never found anyone who can be bothered to make it. Salt cod, of course, can be fantastic, but one swallow doesn’t make a cuisine. Then there are all those things made with chickpeas. The Portuguese are very fond of pulses, bobbing like buoys in soups of old fatty fat.
I’m sure if you’re born to it, it reminds you of your grandmother’s beard and your mother’s mop bucket. Portuguese food is heaven — if you’re Portuguese. But if you come to it with a mild hunger and a choice, it’s just sort of Spanish, but without the shrieking. Dinner of the Dons always seems as if it’s therapy to cope with the sensory, religious and emotional overload of being Spanish. Portuguese food, on the other hand, is more your necessary ballast and seasick ammunition for discovering Tierra del Fuego — or being the live-in couple for a rock star in Sussex.
Tugga is a new Portuguese restaurant on a stretch of the King’s Road that is filled with barn-like grub bars, vaguely themed by country — Italy, Spain, Mexico, Thailand. Their decor and menus are more style indicators than authentic gastronomic experiences. The King’s Road has always been a notoriously difficult place to find anything decent to eat, at least, anything that wasn’t at school with your sister. Most of the clients who trawl up and down here in the evening are up from boarding school, clogging the pavement as they do intense and romantic things on their mobile phones. I love watching young people on phones; they come alive. Face to face, they’re mumbling stroke victims, with all the elegant body language of a beanbag. But give them a handset, and they prance and pose like Margot Fonteyn laying an egg and orate like Hal at Agincourt.
Tugga is just another in this series of dark rooms, which, I suspect, do most of their business in the bar. The best thing about this one is the wallpaper of gaudy flowers that looks a bit like they’ve skinned a dead BA aeroplane tail and glued it to the wall. The Blonde says this particular paper is very fashionable at the moment and comes from Scandinavia. Jabberwocky food is now expanding into jabberwocky environments. You get food from Lisbon, wallpaper from Stockholm, wine from Chile, water from Fiji, music from Ibiza, waiters from Poland and a bill from the Cayman Islands.
The menu is short and Iberian, starting off with the Portuguese version of tapas, which is very like the Spanish version of tapas, but without the thumbscrews. This includes that pata negra ham that just is Spanish. The best I can say about Tugga is that it’s trying to improve the general food of the area, while providing a base for the coveys of public-school children who have been at a loss for a summer camp since Pucci’s, the famous virginity brokerage, closed down.
This is laudable, but, sadly, this Atlantic-rim food is never going to be fashionable or trendy. And it’s not terribly well made. The ham was sweaty and sliced too thick. The salt cod, which ought to be the signature dish, was bland and resistant to swallowing. The chickpea mush was really not edible for pleasure.
Tugga is going to have a hard time competing with its pounding, tequila-slamming, chip-and-dip, youth-ogling, short-skirted neighbours. But then, for Portugal, that’s a familiar story.