"Cepticismo, ardor e uma força visionária". Foi por estas três características que a Academia Sueca distinguiu a romancista britânica e antiga militante comunista com o Prémio Nobel da Literatura deste ano.
Doris Lessing rejeita o rótulo de feminista, mas não nega que a experiência feminina é o ponto comum nas suas obras. O seu "The Golden Notebook" foi aliás visto por muitos como o livro fundamental do feminismo dos anos 60.
Nasceu em 1919, na cidade de Kermanshah, na antiga Pérsia, e viveu parte da sua vida na Rodésia (agora Zimbabué), tendo passado por uma escola católica, que abandonou aos 15 anos. Somente no final dos anos 40 se estabeleceu no Reino Unido.
É infindável a lista de prémios que Lessing já recebeu, tal como foi infindável a sua capacidade de superar os problemas de uma triste e difícil juventude.
"The Grass Is Singing", o seu primeiro romance, passa-se na antiga Rodésia e retrata a vida feminina e as políticas raciais naquele território, enquanto colónia britânica. É um livro que nos permite compreender a actual situação complexa de um país que, hoje liderado pelo autoritário Mugabe, não conseguiu ainda lidar com a independência e o respeito pelas diferenças étnicas e culturais.
Não foi em vão que a caracterizaram hoje como uma "contadora épica da experiência feminina que (...) perscruta uma civilização dividida".
O poeta e crítico literário Fernando Pinto do Amaral considerou-a, de entre os vários candidatos, como "uma opção pacífica".
Aos 87 anos, é a 11.ª senhora e a mais velha a receber este prémio.
quinta-feira, outubro 11, 2007
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