terça-feira, abril 11, 2006

ganharam os "coglioni"


Fotos: aljazeera.net

Vitória por um fio da L'Unione de Romano Prodi.
Foi só a meio da madrugada, mas valeu a pena esperar pelo resultado dos votos da emigração, pois foram eles que resolveram as eleições, pelo menos no que toca aos lugares no Senado.
Na Câmara dos deputados, Prodi venceu por apenas 25.000 votos (0,11%). No entanto, a Lei eleitoral criada por Berlusconi dá um prémio de maioria ao vencedor.
Mesmo que vença por um único voto, à coligação mais votada são automaticamente atribuídos 340 lugares, o que equivale a uma maioria absolutíssima numa câmara composta por 630 deputados .



Ao vencido, que neste caso foi a Casa delle Libertà do Cavaliere Berlusconi, resta contentar-se com 277 lugares.
A Lei Berlusconi vira-se contra o próprio criador e transforma 25.000 votos em milhões.
É a política à italiana, num país que vai certamente continuar muito dividido.

quarta-feira, abril 05, 2006

olha: tantos 'coglioni'...


Fonte: www.corriere.it

Depois das declarações de Berlusconi, que anteontem afirmou estimar demasiado a inteligência dos italianos "para pensar que haja por aí tantos 'coglioni' que possam votar, contra o próprio interesse", a esquerda em peso saiu às ruas, apregoando o slogan "io sono un coglione".
Para que fique esclarecido, a palavra "coglione", apesar do seu conceito técnico, é também muito utilizada em Itália para chamar cretino ou idiota a alguém.
As palavras do Presidente do Governo italiano inserem-se numa onda de insultos que têm vindo a ser lançadas, de parte a parte, pelos líderes das duas coligações candidatas.
No último debate transmitido pela Rai Uno, o "capo" da coligação L'Unione e antigo presidente da Comissão Europeia - Romano Prodi -, também conhecido em Itália como "il Professore", comparou Berlusconi a um bêbado, recorrendo a uma parábola de Bernard Shaw: "o Presidente Berlusconi, ao reduzir a sua campanha a números (referindo-se aos impostos), faz lembrar o "ubriaco" (bêbado) que não se serve do candeeiro para se iluminar, mas sim para se segurar e não cair".
A resposta do homem mais rico de Itália não tardou. Depois de pedir a Prodi que demonstrasse respeito pelo Presidente do Conselho, Berlusconi perguntou-lhe se não se envergonhava de voltar a ser o "idiota-útil" dos comunistas e ex-comunistas, que compõem em 70% a coligação L'Unione.
A luta aquece, mas só no próximo domingo veremos se serão os "coglioni" ou os "ubriachi" que vão atar os atacadores do país que é a "bota" mais famosa do mundo.