terça-feira, dezembro 19, 2006

à espera do Natal


Foto: www.reuters.com

A poucos dias do Natal, enquanto alguns fiéis rezam, em Belém, na gruta da Igreja da Natividade, o novegrausoeste aproveita para desejar aos internautas os votos de uma feliz quadra natalícia.

terça-feira, novembro 28, 2006

macacada...


Foto: www.reuters.com

O novegrausoeste continua, com todo o orgulho, a apresentar acontecimentos interessantes que se realizam em outras longitudes. Desta vez, a escolha recai sobre o templo de Pra Prang Sam Yot, na região de Lopburi, a cerca de 150km a norte de Banguecoque, onde decorre o tradicional Monkey Buffet Festival.

As regras da festividade são simples: oferecer mais de 2.000kg de fruta, vegetais e... Coca-cola, de forma a agradecer aos simpáticos símios a enorme quantidade de turistas que têm atraído à cidade.

Só Portugal ainda não conseguiu descobrir o que fazer para chamar mais turistas...

É só uma ideia.


Foto: www.thaiphotoblogs.com

quarta-feira, novembro 22, 2006

luzes em Munique


Foto: www.afp.com

Por estes dias, Munique enche-se de orgulho ao receber a obra do escultor norte-americano Dan Flavin. Os trabalhos do artista nascido em 1933, a que o próprio chamou "icons", têm sido considerados por muitos como os melhores contributos para o reconhecimento do minimalismo como movimento artístico, nos anos 60.

Na foto, um visitante observa uma instalação luminosa elaborada por Flavin em 1973 e patente, até 04 de Março 2007, na exposição da Pinakothek der Moderne da capital bávara, sob o nome "Dan Flavin - Uma Retrospectiva".

Quem desejar conhecer a vida e obra completa de Flavin sempre pode visitar o pequeno museu que lhe foi dedicado, em Bridgehampton, Nova Iorque.

segunda-feira, novembro 13, 2006

flores no Vietname


Foto: Said Khan / www.afp.com

O Centro Nacional de Convenções de Hanoi, no Vietname, vai receber no próximo fim-de-semana, com um colorido arco de flores, o vértice dos 21 Estados que integram a Apec (Cooperação Económica da Ásia-Pacífico), que contará com a presença do presidente norte-americano George W. Bush.

Os olhos do mundo estarão, certamente, todos sobre este encontro, num momento em que se discute a transferência do centro da actividade económica mundial, durante séculos sediada na Europa e na East Coast norte-americana, para a chamada região do "Pacific rim".

sexta-feira, novembro 10, 2006

somewhere in Australia


Fonte: www.transworldsurf.com

" Last month senior photographer Tim Jones sent us an e-mail with some jpegs that nearly made us poop our pants. The images were from a session Jones bagged with Aussie groms Paul Morgan and Byron Bartlett getting humongous barrels at what looks like a mix between Teahupo’s and Pipeline. When he told us it was in Australia, we could hardly believe it.

As if the death pits don’t look scary enough, what the photos don’t show is a rocky headland that juts into the ocean right in front of the bowl. So if you don’t make the wave, there’s a good chance you’ll be banged up against the rocks. Morgan and Bartlett towed in (without straps) to a handful of death-defying bombs and, thankfully, made it out unscathed. Maybe it was Jones’ pre-session pep talk: “In the boat, I told them, ‘Okay, there’s no first aid out here. You guys are smart enough to know what waves to go on, but there’s no room for error.’”

The next obvious question is, “Where, exactly, is this beast?” We asked Tim if he was interested in telling us. “Nope, not really,” he says. “This is a wave that’ll never be crowded because it’s nearly impossible to paddle in to it, and it probably only works five or six times a year.” Besides, even if we told you, would you really want to drop in? "

TransWorld SURF, November edition

quarta-feira, novembro 08, 2006

felizardos


Foto: www.reuters.com

No "Wolong Giant Panda Research Center", na China, seis inocentes pandas bebés estendem-se em tapete, sem saber que são uns verdadeiros sortudos de uma espécie em extremo perigo de extinção.

segunda-feira, outubro 30, 2006

o "lulismo" continua


Foto: Ap Photo / Victor R. Caivano

A Lula sucede... Lula. O banho de multidão que recebeu o re-presidente brasileiro (assim diria a Floribella) em São Bernardo do Campo, na segunda volta das Presidenciais em terras de Vera Cruz, esclareceu as poucas dúvidas que poderiam ainda existir quanto à reconfirmação de Luiz Inácio Lula da Silva no cargo que já ocupava.

Apesar de uma campanha recheada de precalços, nem os escândalos que têm vindo a lume desde há um ano mancharam a vitória de ontem do torneiro mecânico mais famoso do mundo, nascido em Caetés, no Estado de Pernambuco.

O "mensalão" e as alegadas tentativas para denegrir a imagem de políticos da oposição foram vistos pelos mais de 120 milhões de votantes como mais um fait divers de um mandato que deixou muitos eleitores de esquerda desiludidos, mas que preferiram a recondução de Lula à estreia de Geraldo Alckmin (candidato do PSDB). O opositor de Lula errou, pois, ao não fazer uma campanha de segunda volta tão agressiva como a da primeira, que incidisse, principalmente, na resolução do desemprego, que é o problema que tem sempre mais preocupado os brasileiros. Do outro lado, o candidato do PT preferiu criticar os governos anteriores de Fernando Henrique Cardoso a realçar o seu próprio trabalho, o que pareceu favorecê-lo, visto Alckmin não ter sabido corresponder à experiência combativa de Lula da Silva.

Transpareceu assim, para a maioria dos brasileiros, a ideia de que o governo de Fernando Henrique Cardoso é que foi péssimo e que o do PT seria o mal menor. Seja isso ou não verdade, até se viu comentadores portugueses, nos meios de comunicação, a defender essa ideia. Como se FHC fosse ainda presidente e estivesse agora para sair do governo... Só que, a provar-se as acusações de corrupção que pairam sobre o PT, resta saber se Lula vai continuar a imputar as culpas à política de Fernando Henrique Cardozo.

No entanto, contra ventos e marés judiciais, com esta reeleição, o so called "lulismo" ganha relevância e começa a ser objecto de análise e discussão entre os interessados pela política. A realidade é que, num país em que é normal eleger presidentes provenientes da classe alta e com cursos superiores, Lula parece emergir, não tanto pelos seus ideais ou pela sua forma de fazer política - pois já demonstrou ser mais moderado do que aparentava ser até há quatro anos atrás -, mas fundamentalmente por ser um homem do povo. Ele é o verdadeiro estereótipo do brasileiro bonacheirão e bem disposto, que anda no meio do povo sem a gravata que, habitualmente, marca a distância entre o presidente e os eleitores.

Esta imagem que Lula não precisou de criar, por já ser uma característica intrínseca, vale-lhe milhões de votos, mesmo que o seu partido não cumpra as promessas eleitorais ou cometa erros graves, como os tão falados casos de corrupção. É que o recém reeleito presidente do Brasil tem algo que Geraldo Alckmin, por mais sério e competente que seja, não consegue ter, que é o carisma de um homem do povo. Não é, aliás, em vão que escolheu como slogan "Lula de novo, com a força do Povo". Nada mais piroso - diria um qualquer publicitário português, por mais experimentado em marketing político. Pois é, mas a verdade é que o piroso, às vezes, ganha eleições.

sexta-feira, outubro 20, 2006

buraco do ozono já é "record"


Foto: www.nasa.gov

O buraco do ozono chegou novamente ao tamanho máximo, no Pólo Sul. Nesta imagem de 24 de Setembro, captada pelo satélite Aura da Nasa, a área da camada empobrecida de ozono na atmosfera (em roxo e azul) atingiu os 27, 45 milhões de quilómetros quadrados, igualando o pouco invejável record de 9 de Setembro de 2000.

porque

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, outubro 17, 2006

todos à praia


Foto: Mark Baker, www.ap.org

A Bondi Beach (ou "bondai", como pronunciam os locais), em Sydney, no dia de Outubro mais quente de sempre (35 graus). O calor e os fortes ventos propagaram 300 incêndios no sul e no sudeste da Austrália e Tasmânia, onde esta época do ano equivale ao mês de Abril no hemisfério boreal. Águas mil...?

A não perder a revista Blue Travel deste mês, que, em anexo a uma aprofundada reportagem sobre cidade de Sydney, publica imagens muito atractivas da mais famosa praia da Austrália.

o senhor "Leviathan"


Foto: www.agenciafinanceira.iol.pt

O programa da RTP Prós e Contras, de ontem à noite (segunda-feira), foi mais uma lavagem de roupa suja entre o Estado central e as autarquias locais.

Tanto o presidente da ANMP, Fernando Ruas, como o Ministro da Administração Interna, António Costa, começaram bem o debate, apontando os seus pontos de vista e defendendo, respectivamente, o "não" e o "sim" à nova Lei das Finanças Locais.

No entanto, a discussão azedou quando os ânimos se exaltaram e António Costa recordou a famosa frase "corram-nos à pedrada", proferida há uns meses por Fernando Ruas. O "presidente dos autarcas" respondeu com a acusação de que o Governo envia para os jornais notícias já redigidas, para posterior publicação.

Como se viu, o nível foi descendo ao longo do programa, com os habituais comentários sobre a descredibilização dos autarcas e a diferença de legitimidade política entre o governo e o poder local. A presença de Saldanha Sanches mais contribuiu para a "lavagem de roupa suja" entre Estado central e autarquias.

O "senhor Estado", que tem conduzido uma guerra sem tréguas contra tudo o que não é Administração central, insistiu na tese de que os autarcas são corruptos, não cobram impostos e querem viver à custa do Governo, tendo mesmo chegado a admitir que o mal de Portugal, nos últimos 30 anos, foi o poder local.

Muito bem esteve José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo. Sempre cordato e cativante durante todo o programa, demonstrou conhecer bem a matéria e não entrou no capítulo das acusações e do ataque fácil. Rebateu a tese da corrupção autárquica de Saldanha Sanches, clarificando que para o Professor e fiscalista existe uma "Câmara Municipal de Portugal" onde todos são corruptos.

Em rigor, se os únicos incompetentes e corruptos fossem autarcas, Portugal não seria certamente o envergonhado país que consta sempre dos últimos lugares das listas europeias ou da OCDE, nem teria défice. As autarquias locais não são o problema nacional. Aliás, se o governo de Sócrates interioriza a tese de defesa do monstro "Leviathan", como poderá vir, em seguida, propor uma regionalização?

É esta mais uma prova de que, ultimamente, se tem governado ao sabor das notícias dos pasquins, que denunciam uns e outros autarcas, abordando os problemas do país pela rama...

segunda-feira, outubro 16, 2006

a apologia de Sócrates


Foto: www.pmcomm.com

O semanário Sol, de sábado passado, publicou a notícia de que um professor entregou aos seus alunos um discurso do primeiro-ministro José Sócrates, proferido aquando das conferências Novas Fronteiras, para que redigissem um resumo daquele texto.

Contudo, é verdadeiramente curioso que as críticas à atitude deste senhor professor tenham tão somente recaído sobre a questão de consistir num texto longo e complicado, sem que alguém tecesse sequer um comentário sobre o cariz da ideia do docente - fazer os alunos resumir um discurso do Senhor Primeiro-Ministro.

Pouco ou nada se disse acerca do tema do discurso, mas a circunstância reporta-nos claramente aos tempos do Estado Novo, em que se dava aos alunos os discursos do Senhor Presidente do Conselho, além de outros textos que elogiavam a sua obra enquanto goverante.

O mais assustador de tudo isto é que o tema foi relegado para uma página escondida do jornal e mais ninguém falou do assunto.

Nas páginas do Público, elogiou ontem (domingo) António Barreto a inteligência de Sócrates, por não ir ao fundo das questões e se limitar a tocar nos assuntos de forma superficial, para não criar inimigos. No entanto, parece que a própria comunicação social também pouco tem aprofundado os problemas que se passam em Portugal, preferindo dar início aos telejornais com discursos apoteóticos, em fundo rosa.

Disse-se que acabou a crise, comemorou-se quando, num mês, o país subiu um lugar no ranking dos mais competitivos, mas quando no, mês seguinte, desceu três lugares, tentou-se descredibilizar os dados estatísticos...

Ontem, ao referir-se ao tipo de formato que escolheu para o seu novo programa, Herman José chocou (ou talvez não) o país com uma frase que fez capa no Diário de Notícias - "é o que se pode fazer numa semiditadura".

Em 2005 falava-se em censura, mas talvez os reconhecidos analistas de domigo à noite estejam agora mais contentes com o "Estado" das coisas...

Acabou! A III República contorce-se e retorce-se.


Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

O Fim, Mário de Sá Carneiro

segunda-feira, outubro 09, 2006

histórias de Havana


Foto: www.cinempire.com

No dia em que os cubanos comemoram o 39.º aniversário da morte de Che Guevara, aqui fica a proposta para não perder a última longa-metragem de Andy Garcia - The Lost City (ou Havana - A cidade perdida).

Nascido na cidade Havana em 1956, Andy Garcia estreou um argumento que procura mostrar, sem receios, a verdade dos dois regimes - batistista e fidelista.

O actor, que também realizou o filme, assume o papel de Fico Fellove, dono de um cabaré e filho de um famoso professor universitário, que perde os seus irmãos, de duas maneiras diferentes - um que, ao lutar pela democracia, é executado pelo regime de Fulgencio Batista e outro, comunista, que abandona a mulher, o filho e toda a família pela causa fidelista.

Um interessante retrato da vida cubana em meados do século XX, temperado com um pouco de romance, à boa maneira de Hollywood, e que nos mostra o azar do povo cubano que, ao longo das décadas, tem sofrido com as loucuras dos seus líderes.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Impressão, sol nascente


Claude Monet, 1872
Óleo sobre tela, Musee Marmottan, Paris

segunda-feira, setembro 25, 2006

"diálogo é vital"


Foto: ansa.it

"Asseguro estima e respeito pelo mundo muçulmano. O diálogo islamico-cristão é uma exigência vital." Foram estas as palavras de Bento XVI, proferidas hoje na sua residência de verão, adiantando que "o diálogo é o nosso futuro".

Em Castel Gandolfo, o Papa recebeu os exponentes máximos do Islão em Itália e diplomatas dos países de maioria muçulmana acreditados na Santa Sé, menos o Sudão (que recusou), para "estender a mão" ao mundo islâmico.

No entanto, por mais esforços que o Vaticano faça, será muito difícil demover as minorias fundamentalistas, a quem bastará a mais pequena falha no discurso do Sumo Pontífice para voltar queimar uma igreja ou fazer sofrer mais cristãos.

É importante não esquecer que o necessário é um diálogo de paz e não unicamente um "monólogo", em que só falam os católicos e os muçulmanos que vivem nos países do ocidente, enquanto do outro lado só se ouve vozes de violência.

quarta-feira, setembro 20, 2006

pôr do sol


Foto: AP Photo/ Anupam Nath in uk.news.yahoo.com

Um pescador navega, ao pôr do sol, o tranquilo leito do Brahmaputra, perto de Machghat, na Índia.

Este é um dos maiores rios da Ásia e o seu nome significa, em sânscrito, "filho de Brahma". Navegável em quase toda a sua extensão, desde o Tibete ao Bangladesh, ao atravessar a região de Assam, o Brahmaputra chega a atingir, por diversas vezes, uma largura de 10 quilómetros.

Além de ser já conhecido pelas suas cheias catastróficas, o Brahmaputra é um dos poucos rios do mundo em que é hábito formar-se um fenómeno de alta ondulação, que no Brasil dá pelo nome de pororoca, como tradução do termo inglês tidal bore, e que faz grande sucesso entre os surfistas.

sobre o "green"


Foto: Jeff Haynes / Afp in corriere.it

Uma insólita interrupção da Ryder Cup, no K Club de Co Kildare, na Irlanda: uma lebre irrompeu no green enquanto o norte-americano Phil Mickelson se preparava para defrontar o buraco n.º 6.

"flash Gordon"


Foto: cienciapt.net

Apesar da ansiedade que os telejornais nacionais procuraram causar nos espectadores, na noite de ontem, o furacão Gordon passou tão depressa que quase não deu para notar o seu vôo sobre os Açores.

Não houve danos de monta e somente se registou o derrube de algumas árvores e a queda de um andaime na ilha de Santa Maria. Sabe-se que a depressão extra-tropical está prestes a deixar o arquipélago dos Açores, que já na tarde de hoje assistirá a uma melhoria das condições meteorológicas.

Mais uma vez, ficou provado que quando estamos preparados para alguma ameaça, é difícil sermos surpreendidos. Melhor assim.

a taxa (des)moderadora


Foto: sic.sapo.pt

Há um ano e meio, Pedro Santana Lopes lançava a proposta da criação de taxas moderadoras para determinados serviços de saúde, que atingiriam quem auferisse um rendimento acima de uma certa fasquia. Foi uma ideia criticada por toda a oposição, mas principalmente pelo líder Partido Socialista, que, na altura, salientou ser o serviço nacional de saúde universal e gratuito. Torná-lo pago seria incorrer numa inconstitucionalidade.

Chamaram-lhe mais uma "trapalhada" do governo Santana...

Quem diria que seria um Ministro da Saúde de um governo socialista, isto é Correia de Campos, a impor agora taxas moderadoras para serviços que são gratuitos, de que é exemplo um internamento.

Desta vez, Zita Seabra chama-lhe um "novo imposto" e adianta que um internamento ou uma operação cirúrgica são determinados pelo médico, não tendo os utentes margem de opção. Ou pagam... ou pagam.

Resta-nos saber por que razão, para o PS de 2004, eram as taxas moderadoras da saúde uma trapalhada e hoje são uma decisão acertada...

segunda-feira, setembro 18, 2006

mais perto do mar

Lisboa recebeu, na passada quinta-feira, a sede provisória da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), com a presença do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

As garantias de que o governo português "tudo fará para estar à altura da responsabilidade" de sedear a EMSA vieram do próprio primeiro-ministro José Sócrates que, apesar de chegar atrasado, ainda teve tempo de elogiar os seus dois antecessores que têm agora uma carreira internacional, sem mencionar Pedro Santana Lopes, que também participou no processo da candidatura, como presidente da Câmara de Lisboa e como primeiro-ministro.

Com um orçamento de 44,6 milhões de euros para este ano, o objectivo da EMSA é vir a coordenar uma futura guarda costeira europeia. Passa, por isso, a ser ainda mais relevante o papel de Lisboa e de Portugal na política marítima europeia.

arbitragem polémica

O árbitro João Ferreira que, já envolvido no caso "apito dourado", surpreende pela segunda vez consecutiva um clube "grande". Depois do Benfica, foi a vez do Sporting sofrer com as decisões arbitrárias (ou talvez não) de uma equipa de arbitragem de quatro profissionais que não viram um golo marcado com a mão esquerda de Ronny e dois penalties na área do Paços de Ferreira.

Para a história eternizar-se-á a ensurdecedora imagem com a frase que dá para ler nos lábios de Ricardo: "foi com a mão, João!".

Ficamos assim com mais dúvidas sobre se os erros nas arbitragens dos jogos da Liga portuguesa são sinal de incompetência ou de um serviço muito bem feito... E ainda há quem não entenda por que os árbitros portugueses não são convocados para as competições internacionais.

governo de ZP apoia não alinhados

O Governo espanhol de Zapatero decidiu apoiar os países "não alinhados com os Estados Unidos", ao aceitar participar, com o seu número dois dos Negócios Estrangeiros, na Cumbre Internacional de No Alineados realizada em Cuba.

Na cimeira, que arrancou na passada sexta-feira, o representante espanhol sentou-se ao lado de políticos como Hugo Chávez, Evo Morales, Mahmud Ahmadineyad e o próprio Presidente interino do Estado anfitrião, Raúl Castro, patrocinando a aprovação de uma Declaração Final que condena Israel e o embargo norte-americano a Cuba, além de apoiar os governos do Irão, Venezuela e Bolívia.

terça-feira, agosto 29, 2006

transportes mais caros


Foto: manolomartín

Como se já não bastasse o resultado do estudo publicado ontem pelo Eurostat, que anunciou que a variação homóloga anual dos preços dos transportes em Portugal atingiu os 6,2% (o mais alto da zona euro, cuja média foi 4,1%), Florêncio de Almeida, presidente da Antral, além de considerar esta situação normal, veio defender que as tarifas dos táxis "têm de aumentar substancialmente".

Uma opinião do presidente da Antral que é difícil de entender é a de que "o táxi é dos transportes mais baratos". Fica a dúvida sobre que transporte em Portugal consegue ser mais caro que os táxis. Só mesmo o avião.

mais cruzeiros na capital


Foto: www.pocruises.com

Continua a aumentar o número de entradas de cruzeiros no Tejo.

O Jornal de Negócios anuncia que, este ano, Lisboa e Porto baterão um novo recorde, esperando-se uma subida de 10% nas paragens de embarcações turísticas por terras nacionais, acompanhadas de um incremento de 17% no número de passageiros. O número de escalas em Lisboa passará de 251 para 277, já que, só no primeiro semestre de 2006, as entradas de cruzeiros na capital subiram de 117 (no período homólogo do ano passado) para 121.

O referido jornal adiantou ainda que é a Carnival Corporation quem lidera o mercado de navios de cruzeiro em Lisboa, com uma quota de cerca de 50% dos passageiros que chegam ao porto da capital.

Sinais de que Lisboa e Portugal estão cada vez mais na moda.

nas obras


Foto: Reuters
Fonte: www.corriere.it

A construção na China continua a todo o gás, tornando-se cada vez mais num relevante factor de crescimento económico no país. Aqui, um trabalhador chinês é fotografado em cima de um andaime, em Wuhan, na província chinesa de Hubei.

quinta-feira, agosto 24, 2006

urano, neptuno... e um anão


Foto: nssdc.gsfc.nasa.gov

Plutão deixou hoje de ser considerado um planeta como os outros, para passar a ser um planeta anão. Foi o resultado da XXVI assembleia geral da União Astronómica Internacional (IAU), que votou hoje em Praga o fim de Plutão na lista dos nove maiores astros que circulam em órbita do Sol.

É que Plutão é mais pequeno que a lua da Terra e mais pequeno até que o próprio objecto UB313, descoberto no ano passado e que se encontra ainda mais longe do astro-rei que Plutão. Outra razão para retirar o nono planeta da lista foi a forma pouco ortodoxa da sua órbita, cuja inclinação não é paralela à da Terra e à dos outros sete planetas do Sistema Solar.

A partir de agora, é só "Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno... e um planeta anão".

amanhecer em Caxemira


Foto: www.epa-photos.com

Barcos de pescadores, ao início da manhã, deslizam sobre as calmas águas do lago Dal.

Famosa pela sua lã de alta qualidade, a região de Caxemira está a tornar-se ainda mais conhecida por ser disputada pelos governos indiano e paquistanês, num território onde convivem todos os dias muçulmanos, hindús e budistas.

quarta-feira, agosto 23, 2006

tcharan!


Fonte: www.timesonline.co.uk (MORTEZA NIKOUBAZL/REUTERS)

Numa exposição em Teerão, um desenho retrata o presidente Mahmoud Ahmadinejad no momento da apresentação o seu projecto nuclear ao mundo.

depois do temporal


Foto: Ap

Depois da violenta tempestade de ontem, inúmeros pássaros dispuseram-se em fila sobre os cabos eléctricos da South Broadway, em Tyler, no Texas.

terça-feira, agosto 22, 2006

italianos "de pé atrás"


Foto: www.corriere.it

Vladimir Putin já disse "sim" a Romano Prodi, no que concerne o comando italiano da missão no Líbano. No entanto, o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Massimo D'Alema, deixou bem claro que "nenhum soldado irá para o Líbano enquanto Israel continuar a disparar".

Por outro lado, o Presidente do Governo italiano admite, depois de ter falado com Kofi Annan, que as suas forças armadas estão prontas para partir no comando da força da ONU, mas só se houver um expresso "pedido internacional", enquanto que Silvio Berlusconi, líder da oposição, alerta Prodi para que não tenha muita pressa, apesar de dizer "sim" à intervenção internacional no médio oriente.

parabéns à Cruz Vermelha


Foto: news.bbc.co.uk

Há exactamente 142 anos (1864), 12 Estados - Baden, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Hesse, Itália, Países Baixos, Portugal, Prússia, Suíça e Württemberg - adoptavam a primeira Convenção de Genebra, que criava a Cruz Vermelha Internacional.

A mais famosa organização humanitária internacional foi fundada por Jean Henri Dunan com o nome de Comité Internacional para Ajuda aos Militares Feridos, designação que viria a ser alterada em 1876 para o nome que actualmente conhecemos - Comité Internacional da Cruz Vermelha.

Devido à sua enorme expansão na nobre causa da assistência humanitária durante a Primeira Grande Guerra, a Cruz Vermelha Internacional recebeu em 1917 o único Prémio Nobel da Paz atribuído entre 1914 e 1918.

Espalhada, hoje em dia, pelos quatro cantos do mundo, a Cruz Vermelha Internacional assume nomes e símbolos diferentes em diversos lugares: Cruz Vermelha, Crescente Vermelho, Diamante Vermelho e Estrela de David.

Desde sempre, Inter Arma Caritas - "entre as armas, caridade" - é a principal razão pela qual a organização continuará, por muitos mais anos, a prestar assistência a quem mais precisa (assim esperamos).


Também em 22 de Agosto:

(1415) as tropas portuguesas, comandadas por D. João I - "O da Boa Memória", conquistavam a cidade de Ceuta que viria, mais tarde e até hoje, a ficar sob o poder de Espanha, por o seu governador ter recusado aclamar o Duque de Bragança como rei de Portugal, aquando da Restauração de 1640.

(1770) James Cook desembarcava na costa leste da Austrália.

(1922) era assassinado Michael Collins, líder revolucionário irlandês, Ministro das Finanças da República da Irlanda e Director dos Serviços Secretos do IRA.

(1976) falecia, em acidente rodoviário, Juscelino Kubitschek de Oliveira (conhecido como JK), presidente do Brasil entre 1956 e 1961, responsável pela criação da nova capital Brasília e criticado pela política que conduziu a problemas de inflação e endividamento do Estado brasileiro.

bem lançado


Foto: Rafael Enriquez/Sea Launch/Ap

Da base Zenit-3SL, no oceano pacífico, foi ontem lançado o satélite coreano de telecomunicações Koreasat 5.

segunda-feira, agosto 21, 2006

italianos vão comandar "capacetes azuis"


Foto: www.washigtonpost.com

Depois das dúvidas manifestadas por França sobre a liderança da força internacional no Líbano, o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs a Romano Prodi que fosse Itália a encabeçar o contingente de peace-keeping.

O mesmo sentido tomaram as posições norte-americana e britânica. Condoleezza Rice falou ao telefone com Massimo D'Alema, ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, e transmitiu-lhe interesse em que os transalpinos assumissem "um papel forte" na missão das Nações Unidas em território libanês. Tony Blair também apoia a ideia, tendo mantido conversações telefónicas com o premier italiano.

França comprometeu-se unicamente a enviar 200 soldados, para integrar o corpo da FINUL, que conta actualmente com 2.000 capacetes azuis. Apesar da Resolução 1701 do Conselho de Segurança propôr uma apliação do contingente para 15.000 soldados, a ONU quer chegar aos 3.500 militares ainda antes de Setembro, sendo que Itália se disponibilizou a enviar 3.000 homens e Espanha entre 700 a 800.

Outros países como a Finlândia, a Dinamarca, a Grécia, a Irlanda e Portugal também se disponibilizaram já para participar na força da ONU no Líbano, mas não adiantaram ainda pormenores.


Fonte: www.corriere.it

quinta-feira, agosto 17, 2006

vítima da História


Foto:
www.sikhtimes.com

O mundo literário está em pânico desde que o alemão Günter Grass revelou, numa entrevista à edição de 12 de Agosto do jornal Frankfurter Allgemeine, que integrou as fileiras das Waffen SS no final da Segunda Guerra Mundial.

O escritor Prémio Nobel da Literatura, que sempre foi associado a posições de esquerda e grande amigo do ex-chanceler social-democrata alemão Willy Brandt, defende-se, salientando que no desfecho da guerra, as Waffen SS "não integravam apenas voluntários".

Em declarações ao jornal Bild, o ex-presidente polaco Lech Walesa veio aconselhar Grass a renunciar ao título de cidadão honorário da cidade de Gdansk, antiga Dantzig. E o crítico literário Hellmuth Karasek admite mesmo que Grass poderia não ter recebido o Prémio Nobel da Literatura em 1999 se o mundo tivesse sabido antes que o escritor havia integrado as Waffen SS.

No entanto, há quem tenha manifestado respeito pela decisão de Günter Grass em revelar a verdade, como o escritor Martin Walser.

A figura capital dos últimos 50 anos da literatua alemã faz a revelação no seu novo livro Beim Haeuten der Zwiebel (algo como Ao Descascar a Cebola), que se assume como uma autobiografia e será lançado em Setembro.

A Fundação Nobel rejeita a hipótese de retirar o Prémio Nobel a Günter Grass. O presidente da Fundação afirmou ao jornal Dagens Nyheter que "a concessão do prémio é definitiva" e "nunca um prémio foi retirado". O mesmo tipo de pressão já aconteceu anteriormente nos casos da concessão do Nobel da Paz, em 1994, ao presidente da OLP, Yasser Arafat, e a Shimon Peres e Yitzhak Rabin.

O caso de Grass configura-se como muito menos contestável do que o destes últimos, visto o Prémio Nobel da Literatura, ao contrário do da Paz, incidir principalmente sobre a qualidade da obra de um escritor e não sobre os seus antepassados ou convicções políticas.

27% mais caros



27 por cento é o que os portugueses pagam a mais que a média dos Estados da zona euro quando compram um automóvel. À frente de Portugal, que ocupa o 4.º lugar dos carros mais caros da Europa, só mesmo a Dinamarca, Noruega e Irlanda.

A consultora Road to Data apurou que o preço das viaturas comercializadas no nosso país sofreu, num só ano, o maior aumento dos 19 países europeus analisados (4,6%). Pelo contrário, o volume de veículos vendidos no primeiro trimestre de 2006 sofreu uma queda de 8,1%, quando comparado com os valores do mesmo período de 2005.

A Road to Data não apresentou conclusões, mas o aumento do IVA é o motivo que mais poderá ter influído nestas alterações.

sexta-feira, agosto 04, 2006

em segurança, se Deus quiser


Foto: idag.no

O Los Angeles Times anunciou que o presidente Jalal Talabani se dirigiu ao povo iraquiano, numa intervenção televisiva da passada quarta-feira, prometendo que "Se Deus quiser, até ao fim deste ano, as forças iraquianas estarão preparadas para assegurar a segurança sobre todo o território do país."

No entanto, 3 700 membros da 172ª Brigada de Combate do Alasca começaram a ser transferidos da região de Mosul para Bagdade, num esforço de travar a forte vaga de violência dos últimos meses na capital iraquiana, aumentando o contingente naquela cidade para 13 000 homens.

Entretanto, o The New York Times escreveu ontem que "In Iraq, it’s hard to trust anyone in uniform", adiantando que o Ministro do Interior Jawad Bolani já reconheceu que alguns malfeitores pertencem à suas fileiras e prometeu, perante o Parlamento, que, a fim de por termo a esta desordem, os seus homens serão, já no final de Agosto, equipados com novos uniformes e cartões de identificação difíceis de falsificar.

A transferência de poder aos iraquianos tem sido efectuada progressivamente e, até 30 de Setembro, com a chegada da restante ajuda financeira americana para a reconstrução do país, tudo estará a postos para que o Iraque possa gerir directamente as suas próprias finanças.

Contudo, o primeiro-ministro Nouri Al-Malik relembrou a comunidade internacional que "Ainda precisamos da vossa assistência. Uma grande parte do orçamento afecto à reconstrução foi utilizada para pagar às empresas e agentes de segurança, cujos custos são demasiado elevados."

Enfim, com a tão grande mediatização do conflito entre Israel e o Hezbollah, parece que o Iraque já não estava habituado a ser relegado para segundo plano nos jornais internacionais.

a 4 de Agosto


Alcácer-Quibir: Reconhecimento do cadáver de D. Sebastião
Caetano Moreira da Costa Lima
Museu Nacional Soares dos Reis, Porto

Al-Kasr al-Kebir, Alcácer-Quibir para os portugueses, foi a cidade junto da qual se travou a batalha mais traumática da história lusa, há exactamente 428 anos.

A 4 de Agosto de 1578, um exército expedicionário de 15 000 soldados, mal preparados e pouco disciplinados, formado por portugueses e mercenários provenientes da Alemanha, Flandres e Estados italianos, enfrentou as forças de Abd el Malek, que havia deposto, com o apoio otomano, o sultão marroquino Mulei Mohammed, aliado de Portugal.

Sem rei (nem roque), os finais do século XVI deram início à mais que anunciada queda do Império português, queda essa que só não foi mais rápida devido à descoberta, em oitocentos, de ouro no Brasil.

Na aldeia de Suaken, onde se encontraram as forças militares, foi erguido um obelisco em homenagem a D. Sebastião e aos outros dois sultões, todos eles mortos em combate. A famosa "batalha dos três reis" ficará, pois, para sempre guardada na memória histórica de uma nação que ainda hoje aguarda insistentemente o regresso do seu "Rei Artur".

quinta-feira, agosto 03, 2006

40 anos sobre o Tejo


Fonte: pt.wikipedia.org

Desde 1876 que se falava já na construção de uma ponte para ligar Lisboa à margem esquerda do Tejo, mas só em 5 de Novembro de 1962 se iniciou a construção daquela que viria a ser inaugurada a 6 de Agosto de 1966 com o nome de "Ponte Salazar".

Agora "Ponte 25 de Abril", tem um comprimento total de 2278 metros entre os maciços de amarração, situados nas margens norte e sul e um vão central de 1013 metros. Continua a ser a ponte com a mais longa viga de rigidez contínua, sendo que a fundação da sua torre sul é a mais profunda do mundo (com 82m).

Ainda hoje, é a única ponte suspensa de grandes dimensões com circulação rodoviária e ferroviária, em simultâneo.

Curiosamente, o pilar da torre norte assenta numa falha sísmica que só foi descoberta no aquando da construção das fundações de suporte ao pilar, o que originou um acidente que vitimou alguns mergulhadores-operários. É por isso considerada uma obra de risco, que é vigiada regularmente pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) e pelo ISQ (Instituto da Soldadura e Qualidade).

De "Salazar" a "25 de Abril", até pode ter sido construída uma nova ponte, mas os lisboetas vão continuar a chamar ao maior ex libris da capital "ponte sobre o Tejo".

quarta-feira, agosto 02, 2006

uma nova neutralidade


Fonte: www.nzz.ch

Depois de, em Julho, ter já criticado a operação israelita em Gaza, a Suíça voltou hoje novamente à carga, agora através da sua Ministra dos Negócios Estrangeiros, Micheline Calmy-Rey, que, na comemoração dos 715 anos da Carta Federal de 1291, proferiu a polémica frase "Celui qui se tait n'est pas neutre".

Apesar da sua tradicional neutralidade, como depositária das Convenções de Genebra, a Confederação Helvética tem começado a sentir necessidade de assegurar o respeito pelo direito internacional humanitário, preparando-se para marcar a sua posição, no sentido de fazer respeitar o direito.

No entanto, a neutralidade configura-se como um dever de se abster de participar em todas as hostilidades entre Estados, excepto se o próprio Estado neutro for vítima de agressão. A neutralidade clássica inspira imparcialidade, tolerância e prevenção.

Ora, face à situação actual no Médio Oriente, no seio da opinião pública suíça têm-se gerado divergências acerca do próprio conceito de neutralidade. Divergências essas que são suficientemente fortes para criar cisões no governo da Confederação.

De acordo com Micheline Calmy-Rey, Berna pode mostrar a sua posição sem comprometer os valores fundamentais do estatuto de neutralidade e, ao entrar na discussão sobre o direito humanitário no conflito israelo-libanês, agirá "no pleno respeito pela sua tradição e pelas suas convicções profundas". Mais adiantou a conselheira federal que "quem não se insurge contra o terror não é neutro, consente. O que, neste contexto, significa tomar partido".

O debate não fica por aqui e certamente que, nos próximos dias, continuará a controvérsia sobre o significado da velha neutralidade helvética.

terça-feira, agosto 01, 2006

a sucessão: candidato único


Fonte: www.lanuevacuba.com

cansado...


Fotos: www.sigloxxi.com

Pela primeira vez em 47 anos de regime, Fidel Castro afastou-se, a título provisório, da presidência cubana, devido a uma cirurgia intestinal, delegando o poder no seu irmão mais novo, Raul.

Fidel, que atingirá os 80 anos no próximo dia 13 de Agosto, atribuiu motivos de "cansaço" a esta retirada, enquanto o deputado norte-americano Lincoln Diaz-Balart (representante da Florida) dizia ontem à noite aos microfones da Associated Press que "este é um claro sinal de que o fim do regime de Castro se aproxima e que a única solução são eleições livres e um Estado de direito".


Fidel Castro com o irmão Raul

Esta cirurgia realiza-se poucas semanas depois de um relatório do governo dos EUA chamar a atenção dos norte-americanos para uma assistência a Cuba no momento da morte de Fidel Castro, no sentido de formar um governo transitório e apoiar o país no caminho para a democracia.

segunda-feira, julho 31, 2006

só mais um mês


Fonte: www.cbsnews.com

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por catorze dos seus quinze membros (o Qatar, único país árabe, votou contra) uma resolução que exige, com carácter obrigatório, que o Irão suspenda os seus programas de enriquecimento de urânio num prazo impreterível de um mês, a terminar no próximo dia 31 de Agosto.

A proposta de resolução foi apresentada pela Alemanha França e Reino Unido, que pediram aos estados membros que exerçam vigilância e evitem o fornecimento de material e tecnologia que possa servir o enriquecimento de urânio por parte do Irão.

O voto contra do Qatar vem, mais uma vez, confirmar as suspeitas de que possam ser os grandes produtores petrolíferos a patrocinar a guerra contra o ocidente. Não serão certamente os Estados (com poucos recursos) a pagar, com as receitas dos impostos, as jihad's e as intifadas, mas sim os grandes produtores privados de petróleo, que tanto poder económico detêm nos países da península arábica, berço do Islão, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o próprio Qatar.

ter estômago


Fonte: www.bps.org.uk/

Como nos dias de hoje é hábito dizer-se, já "está cientificamente provado".

Mas neste caso está mesmo. As universidades de Londres e Newcastle concluíram que os desejos dos homens por determinados tipos de corpo do sexo oposto dependem das condições do seu estômago. De acordo com o relatório da investigação, apresentado no British Journal of Psychology, os homens com mais apetite gastronómico sentem-se mais atraídos por corpos femininos ditos "redondos".

Existem factores biológicos que condicionam a atracção e a situação em que se encontra o estômago masculino tem uma relação directa com o sexo. Deste modo, nas sociedades onde escasseia a comida, as mulheres "corpulentas" são as que gozam de maior sucesso entre os homens. Nos países onde se come mais, a realidade é completamente oposta, ganhando a corrida as mulheres mais magras.

O grande desafio dos investigadores Viren Swami (Londres) e Martin Tovée (Newcastle) é agora tentar descobrir se é possível verificar a mesma realidade no mundo feminino.

Este estudo vem comprovar que uma dieta pode nem sempre agradar ao sexo oposto. Dependerá do seu apetite (por alimentos, é claro!).

sexta-feira, julho 28, 2006

apagar a História


Fonte: www.elmundo.es

A Lei da Memória Histórica, para ressarcir, justamente, os perseguidos pelos crimes do regime franquista, foi uma promessa de Zapatero, de Março de 2004, juntamente com a retirada das tropas espanholas do Iraque e os casamentos homossexuais, quando ainda pensava que não ganharia as eleições. E, já durante este governo do PSOE, foi possível assistir à remoção de antigos monumentos a Franco e ao franquismo.

Os representantes do Partido Popular deram, por várias vezes, a entender que mexer no passado ou revisitá-lo servirá unicamente para reabrir feridas que a democracia espanhola tem tentado cicatrizar desde o final dos anos setenta. Alguns alegam até que lançar o debate sobre o tema da memória histórica não é mais do que uma forma de voltar a considerar o centro-direita espanhol como franquista e anti-democrático.

Entretanto, o Governo prepara-se para retirar uma das últimas estátuas a Franco, na Academia Militar de Saragoça, mas a grande dúvida recai sobre o que fazer com o faraónico mausoléu erguido, em homenagem ao caudillo e aos combatentes nacionalistas, no atemorizador Vale dos Caídos, perto de Madrid, onde continua o túmulo com o corpo de Franco.


Valle de los Caídos, em Espanha
Fonte: es.wikipedia.org

Na verdade, é difícil saber se é legítimo destruir ou transformar algo que faz parte da história de um país, seja uma parte boa ou má. No fundo, Zapatero reitera, agora em Espanha, um ritual que foi repetidamente executado nos países pertencentes ao antigo bloco de leste, ou mais recentemente no próprio Iraque, onde vimos capitular uma estátua de Saddam Hussein coberta com a bandeira norte-americana.

Uma coisa é homenagear quem lutou contra um regime autoritário e sofreu as ofensas e os crimes do franquismo, outra é fazer tombar estátuas.

Imaginemos, pois, que aqui mesmo em Portugal, a nossa quase centenária República decidiria retirar todas as estátuas monárquicas ou o próprio monumento ao Marquês de Pombal, que, embora iluminado, foi um governante autoritário e despótico que consta ter executado inocentes para se manter no poder.

Hoje em dia, nem sequer pensamos em deitar estátuas abaixo porque a maioria delas representa memórias demasiado antigas e que, por isso, não afectam a nossa sensibilidade política.

É realmente difícil avaliar a fronteira entre a justiça democrática e o radicalismo ideológico. Mas, sinceramente, valerá a pena apagar a história?

Yannick surpreende e "maestro" desafina


Fonte: record.pt

A noite passada foi pintada de verde, muito devido a um homem: Yannick Djaló, que marcou dois golos contra o Benfica, no Torneio do Guadiana. Num derby que pouco interessa para a história dos dois clubes, o Sporting demonstrou mais rapidez, mais criatividade e melhor frescura.

O "maestro" Rui Costa, desta vez, não conseguiu liderar a orquestra benfiquista, tendo até ajudado a desafinar, ao participar no lance do primeiro golo do Sporting.

A partida de ontem não dava pontos nem títulos, mas deu certamente mais moral a quem a venceu. A ver vamos se o Sporting continuará com esta fantástica forma ou se foi unicamente um energético ímpeto de verão. Veremos ainda se o novo reforço Carlos Bueno trará mais golos ao ataque de Liédson, que ontem esteve mais "mergulhão" que goleador.

Quanto ao Benfica, que até se havia estreado bem frente ao Bordeaux, esperemos que faça melhor na terceira pré-eliminatória da Champions, frente ao Áustria Viena. É sempre benéfico para o futebol nacional ver mais equipas portuguesas a competir e fazer vibrar a Europa.

quinta-feira, julho 27, 2006

10% viajam em 'low cost'


Fonte: www.planespotting.nl

Dos 5,6 milhões de passageiros que passaram peloaeroporto da Portela no primeiro semestre de 2006, mais de 550 mil viajaram em aviões de companhias low cost.

A posição periférica de Portugal tem sido, nos últimos tempos, a razão para os altos preços das viagens aéreas. No entanto, a chegada das companhias de baixos custos veio alterar o panorama a que os passageiros se habituaram.

Estes vôos de baixo custo, em que não é possível a marcação de lugares nem são servidas refeições, a não ser que o passageiro queira comprar um chocolate ou um refrigerante, trouxeram um novo fôlego ao tráfego aéreo nacional.

Graças às low cost, estamos agora mais perto da Europa. Só é pena que não seja aproveitado um dos aeródromos nos arredores de Lisboa e Porto para receber mais destas linhas aéreas, pois os preços - a maior arma da low cost - seriam ainda mais baixos.

quarta-feira, julho 26, 2006

o ingrato fado de se ser libanês


Fonte: www.deanesmay.com

O Líbano tem sofrido, nas últimas décadas, as externalidades de um conflito que não é o seu. O pacífico povo, de maioria cristã, que habita entre as margens do Mediterrâneo e as montanhas foi, com o passar dos anos, recebendo os refugiados palestinianos e tem acolhido os seus vizinhos no sul do seu território.

Ali se instalou o Hezbollah, que tem hoje como líder e seu militante mais influente Hasan Nasrallah, e que se tornou num dos mais problemáticos movimentos de resistência islâmica na região, além de um partido nacionalista (“Partido de Deus”, em Árabe).

Com mais um conflito armado, a população civil libanesa tem sofrido, nos últimos dias, ataques por parte das forças israelitas, o que parece não resolver o problema principal, que será evidentemente a neutralização do Hezbollah e dos seus recursos bélicos.

A solução apenas poderá passar pela intervenção de uma força internacional, com o aval das Nações Unidas. A entrada de Israel, sem apoio internacional, em território libanês não será mais do que uma incursão como todas as outras anteriores, que hipotecará durante mais anos a independência da democracia libanesa.

Estranha-se a falta de assunção de uma posição por parte do Primeiro Ministro libanês, Fuad Saniora, mas muitos têm considerado, mesmo antes do início do conflito, que a eventual mobilização do exército libanês para combater o Hezbollah seria demasiadamente frágil, o que poderia fracturar profundamente o país, até porque o Hezbollah integra a aliança que sustenta o Governo.

O jornal italiano Corriere della Sera veio, na passada terça-feira, 18 de Julho, apresentar uma entrevista com Fuad Saniora em que este se manifestava claramente contra o movimento xiita, sustentando que o Hezbollah havia criado “um estado dentro de um estado” e que o mundo inteiro deveria ajudar o Líbano a desarmar o Hezbollah – palavras que o gabinete de Saniora se apressou a desmentir, insistindo que “é a continuada presença de Israel na região de Cheeba Farms que contribui para a presença do armamento do Hezbollah”.

Enquanto o mundo espera desenvolvimentos na situação, é a população libanesa que aguarda ajuda internacional, na ingrata posição de continuar a sofrer as consequências de uma guerra que não é sua.

entre árabes e hebreus


American University de Beirute, nos anos 50
Fonte: misheli.image.pbase.com

Longe vão os dias plácidos em que os jovens aproveitavam as suas aulas de pintura nos jardins da American University da elegante Beirute – famosa pelas suas largas avenidas e chamada “a Paris do Médio Oriente”. Corria o ano de 1953 e, do outro lado dos ciprestes da Universidade, preparava-se o conflito que viria a eclodir cinco anos depois.

Os muçulmanos libaneses tentaram convencer o governo a juntar-se à República Árabe Unida (com o Egipto e a Síria), enquanto os cristãos queriam manter o país alinhado com o Ocidente.

Com a rebelião muçulmana, o presidente Camille Chamoun sentiu-se obrigado a pedir auxílio a Eisenhower, que respondeu em Julho de 1958 com a Operation Blue Bat, que deveria intimidar a ameaça síria e da República Árabe Unida.

Com a missão cumprida, as forças norte-americanas abandonaram o território libanês em Outubro de 1958. No entanto, regressariam em 1982.

A partir do início do conflito israelo-árabe, em 1948, o Líbano tornou-se na casa de milhares de refugiados que deixaram Israel.

Em 1976, a Síria enviou um contingente de 40.000 soldados com o intuito de empurrar a população palestiniana para o sul do Líbano, o mais longe possível da capital. Entretanto, a Síria aproximou-se cada vez mais das forças palestinianas e os cristãos-maronitas passaram a apoiar Israel.

Depois de duas invasões israelitas (em 1978 e em 1982, já com Ariel Sharon como Ministro da Defesa), as tropas hebraicas abandonaram o território libanês no ano de 2000.


Invasão do Líbano em 1982
Fonte: lcweb2.loc.gov

A explosão de um carro, que vitimou o antigo Primeiro Ministro libanês e membro da oposição anti-síria em 14 de Fevereiro de 2005, veio trazer um novo sentimento de instabilidade à pátria dos cedros, que nem a desocupação por parte da Síria de Abril de 2005 resolveu.

Depois dos lançamentos de rockets e morteiros contra as vilas israelitas de Even Menahem e Mattat, por parte do Hezbollah a 12 de Julho deste ano, o Primeiro Ministro israelita Ehud Olmert considerou o ataque como um “acto de guerra”, prometendo uma “dolorosa” resposta contra o Líbano.

terça-feira, julho 25, 2006

nove graus a oeste



Com o verão 2006, a praia, o sol, os protectores solares e também os autobronzeadores, até parece que sopram ventos de mudança no nosso país (ou não), que não poderiam deixar de afectar o refrescarportugal.

Foi um ano de grandes acontecimentos em Portugal e no Mundo: um ano de estreia de Sócrates no Governo, dos vinte anos de Portugal na integração europeia, da presidência britânica da União, da gripe aviária, das autárquicas, das presidenciais, das legislativas em Itália, do quarto lugar no Campeonato do Mundo...

Um ciclo que se fecha com este verão, à espera, como em todos os anos (embora em vão), que a silly season traga uma lufada de ar fresco (como agora tanto se diz) à sociedade portuguesa bem como à comunidade internacional.

Chegou, pois, o momento para que o refrescarportugal sofresse uma nova metamorfose e, talvez por influência da passagem por Lisboa das Tall Ships' Races, o blogue vira-se mais para a posição atlântica das terras lusas, muda de cores e, o mais importante, de nome.

A partir de agora, o refrescarportugal (que parecia ser um slogan político de quinta categoria) passa a algo mais intelectualmente ou, pelo menos, geograficamente estimulante: nove graus oeste ou simplesmente 9ºW (a longitude de Portugal), em homenagem ao nosso lugar no mundo.

Na esperança de que esta mudança traga algum novo contributo à comunidade bloguística e internáutica (note-se já a utilização de linguagem marítima), aqui fica o convite para que os leitores aqui regressem, numa próxima surfada pelas vagas da world wide web.

refrescarportugal.blogspot.com muda para novegrausoeste.blogspot.com