terça-feira, agosto 29, 2006
transportes mais caros
Foto: manolomartín
Como se já não bastasse o resultado do estudo publicado ontem pelo Eurostat, que anunciou que a variação homóloga anual dos preços dos transportes em Portugal atingiu os 6,2% (o mais alto da zona euro, cuja média foi 4,1%), Florêncio de Almeida, presidente da Antral, além de considerar esta situação normal, veio defender que as tarifas dos táxis "têm de aumentar substancialmente".
Uma opinião do presidente da Antral que é difícil de entender é a de que "o táxi é dos transportes mais baratos". Fica a dúvida sobre que transporte em Portugal consegue ser mais caro que os táxis. Só mesmo o avião.
mais cruzeiros na capital
Foto: www.pocruises.com
Continua a aumentar o número de entradas de cruzeiros no Tejo.
O Jornal de Negócios anuncia que, este ano, Lisboa e Porto baterão um novo recorde, esperando-se uma subida de 10% nas paragens de embarcações turísticas por terras nacionais, acompanhadas de um incremento de 17% no número de passageiros. O número de escalas em Lisboa passará de 251 para 277, já que, só no primeiro semestre de 2006, as entradas de cruzeiros na capital subiram de 117 (no período homólogo do ano passado) para 121.
O referido jornal adiantou ainda que é a Carnival Corporation quem lidera o mercado de navios de cruzeiro em Lisboa, com uma quota de cerca de 50% dos passageiros que chegam ao porto da capital.
Sinais de que Lisboa e Portugal estão cada vez mais na moda.
nas obras
Foto: Reuters
Fonte: www.corriere.it
A construção na China continua a todo o gás, tornando-se cada vez mais num relevante factor de crescimento económico no país. Aqui, um trabalhador chinês é fotografado em cima de um andaime, em Wuhan, na província chinesa de Hubei.
quinta-feira, agosto 24, 2006
urano, neptuno... e um anão
Foto: nssdc.gsfc.nasa.gov
Plutão deixou hoje de ser considerado um planeta como os outros, para passar a ser um planeta anão. Foi o resultado da XXVI assembleia geral da União Astronómica Internacional (IAU), que votou hoje em Praga o fim de Plutão na lista dos nove maiores astros que circulam em órbita do Sol.
É que Plutão é mais pequeno que a lua da Terra e mais pequeno até que o próprio objecto UB313, descoberto no ano passado e que se encontra ainda mais longe do astro-rei que Plutão. Outra razão para retirar o nono planeta da lista foi a forma pouco ortodoxa da sua órbita, cuja inclinação não é paralela à da Terra e à dos outros sete planetas do Sistema Solar.
A partir de agora, é só "Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno... e um planeta anão".
amanhecer em Caxemira
Foto: www.epa-photos.com
Barcos de pescadores, ao início da manhã, deslizam sobre as calmas águas do lago Dal.
Famosa pela sua lã de alta qualidade, a região de Caxemira está a tornar-se ainda mais conhecida por ser disputada pelos governos indiano e paquistanês, num território onde convivem todos os dias muçulmanos, hindús e budistas.
quarta-feira, agosto 23, 2006
tcharan!
Fonte: www.timesonline.co.uk (MORTEZA NIKOUBAZL/REUTERS)
Numa exposição em Teerão, um desenho retrata o presidente Mahmoud Ahmadinejad no momento da apresentação o seu projecto nuclear ao mundo.
depois do temporal
terça-feira, agosto 22, 2006
italianos "de pé atrás"
Foto: www.corriere.it
Vladimir Putin já disse "sim" a Romano Prodi, no que concerne o comando italiano da missão no Líbano. No entanto, o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Massimo D'Alema, deixou bem claro que "nenhum soldado irá para o Líbano enquanto Israel continuar a disparar".
Por outro lado, o Presidente do Governo italiano admite, depois de ter falado com Kofi Annan, que as suas forças armadas estão prontas para partir no comando da força da ONU, mas só se houver um expresso "pedido internacional", enquanto que Silvio Berlusconi, líder da oposição, alerta Prodi para que não tenha muita pressa, apesar de dizer "sim" à intervenção internacional no médio oriente.
parabéns à Cruz Vermelha
Foto: news.bbc.co.uk
Há exactamente 142 anos (1864), 12 Estados - Baden, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Hesse, Itália, Países Baixos, Portugal, Prússia, Suíça e Württemberg - adoptavam a primeira Convenção de Genebra, que criava a Cruz Vermelha Internacional.
A mais famosa organização humanitária internacional foi fundada por Jean Henri Dunan com o nome de Comité Internacional para Ajuda aos Militares Feridos, designação que viria a ser alterada em 1876 para o nome que actualmente conhecemos - Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Devido à sua enorme expansão na nobre causa da assistência humanitária durante a Primeira Grande Guerra, a Cruz Vermelha Internacional recebeu em 1917 o único Prémio Nobel da Paz atribuído entre 1914 e 1918.
Espalhada, hoje em dia, pelos quatro cantos do mundo, a Cruz Vermelha Internacional assume nomes e símbolos diferentes em diversos lugares: Cruz Vermelha, Crescente Vermelho, Diamante Vermelho e Estrela de David.
Desde sempre, Inter Arma Caritas - "entre as armas, caridade" - é a principal razão pela qual a organização continuará, por muitos mais anos, a prestar assistência a quem mais precisa (assim esperamos).
Também em 22 de Agosto:
(1415) as tropas portuguesas, comandadas por D. João I - "O da Boa Memória", conquistavam a cidade de Ceuta que viria, mais tarde e até hoje, a ficar sob o poder de Espanha, por o seu governador ter recusado aclamar o Duque de Bragança como rei de Portugal, aquando da Restauração de 1640.
(1770) James Cook desembarcava na costa leste da Austrália.
(1922) era assassinado Michael Collins, líder revolucionário irlandês, Ministro das Finanças da República da Irlanda e Director dos Serviços Secretos do IRA.
(1976) falecia, em acidente rodoviário, Juscelino Kubitschek de Oliveira (conhecido como JK), presidente do Brasil entre 1956 e 1961, responsável pela criação da nova capital Brasília e criticado pela política que conduziu a problemas de inflação e endividamento do Estado brasileiro.
bem lançado
segunda-feira, agosto 21, 2006
italianos vão comandar "capacetes azuis"
Foto: www.washigtonpost.com
Depois das dúvidas manifestadas por França sobre a liderança da força internacional no Líbano, o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs a Romano Prodi que fosse Itália a encabeçar o contingente de peace-keeping.
O mesmo sentido tomaram as posições norte-americana e britânica. Condoleezza Rice falou ao telefone com Massimo D'Alema, ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, e transmitiu-lhe interesse em que os transalpinos assumissem "um papel forte" na missão das Nações Unidas em território libanês. Tony Blair também apoia a ideia, tendo mantido conversações telefónicas com o premier italiano.
França comprometeu-se unicamente a enviar 200 soldados, para integrar o corpo da FINUL, que conta actualmente com 2.000 capacetes azuis. Apesar da Resolução 1701 do Conselho de Segurança propôr uma apliação do contingente para 15.000 soldados, a ONU quer chegar aos 3.500 militares ainda antes de Setembro, sendo que Itália se disponibilizou a enviar 3.000 homens e Espanha entre 700 a 800.
Outros países como a Finlândia, a Dinamarca, a Grécia, a Irlanda e Portugal também se disponibilizaram já para participar na força da ONU no Líbano, mas não adiantaram ainda pormenores.
Fonte: www.corriere.it
quinta-feira, agosto 17, 2006
vítima da História
Foto: www.sikhtimes.com
O mundo literário está em pânico desde que o alemão Günter Grass revelou, numa entrevista à edição de 12 de Agosto do jornal Frankfurter Allgemeine, que integrou as fileiras das Waffen SS no final da Segunda Guerra Mundial.
O escritor Prémio Nobel da Literatura, que sempre foi associado a posições de esquerda e grande amigo do ex-chanceler social-democrata alemão Willy Brandt, defende-se, salientando que no desfecho da guerra, as Waffen SS "não integravam apenas voluntários".
Em declarações ao jornal Bild, o ex-presidente polaco Lech Walesa veio aconselhar Grass a renunciar ao título de cidadão honorário da cidade de Gdansk, antiga Dantzig. E o crítico literário Hellmuth Karasek admite mesmo que Grass poderia não ter recebido o Prémio Nobel da Literatura em 1999 se o mundo tivesse sabido antes que o escritor havia integrado as Waffen SS.
No entanto, há quem tenha manifestado respeito pela decisão de Günter Grass em revelar a verdade, como o escritor Martin Walser.
A figura capital dos últimos 50 anos da literatua alemã faz a revelação no seu novo livro Beim Haeuten der Zwiebel (algo como Ao Descascar a Cebola), que se assume como uma autobiografia e será lançado em Setembro.
A Fundação Nobel rejeita a hipótese de retirar o Prémio Nobel a Günter Grass. O presidente da Fundação afirmou ao jornal Dagens Nyheter que "a concessão do prémio é definitiva" e "nunca um prémio foi retirado". O mesmo tipo de pressão já aconteceu anteriormente nos casos da concessão do Nobel da Paz, em 1994, ao presidente da OLP, Yasser Arafat, e a Shimon Peres e Yitzhak Rabin.
O caso de Grass configura-se como muito menos contestável do que o destes últimos, visto o Prémio Nobel da Literatura, ao contrário do da Paz, incidir principalmente sobre a qualidade da obra de um escritor e não sobre os seus antepassados ou convicções políticas.
27% mais caros
27 por cento é o que os portugueses pagam a mais que a média dos Estados da zona euro quando compram um automóvel. À frente de Portugal, que ocupa o 4.º lugar dos carros mais caros da Europa, só mesmo a Dinamarca, Noruega e Irlanda.
A consultora Road to Data apurou que o preço das viaturas comercializadas no nosso país sofreu, num só ano, o maior aumento dos 19 países europeus analisados (4,6%). Pelo contrário, o volume de veículos vendidos no primeiro trimestre de 2006 sofreu uma queda de 8,1%, quando comparado com os valores do mesmo período de 2005.
A Road to Data não apresentou conclusões, mas o aumento do IVA é o motivo que mais poderá ter influído nestas alterações.
sexta-feira, agosto 04, 2006
em segurança, se Deus quiser
Foto: idag.no
O Los Angeles Times anunciou que o presidente Jalal Talabani se dirigiu ao povo iraquiano, numa intervenção televisiva da passada quarta-feira, prometendo que "Se Deus quiser, até ao fim deste ano, as forças iraquianas estarão preparadas para assegurar a segurança sobre todo o território do país."
No entanto, 3 700 membros da 172ª Brigada de Combate do Alasca começaram a ser transferidos da região de Mosul para Bagdade, num esforço de travar a forte vaga de violência dos últimos meses na capital iraquiana, aumentando o contingente naquela cidade para 13 000 homens.
Entretanto, o The New York Times escreveu ontem que "In Iraq, it’s hard to trust anyone in uniform", adiantando que o Ministro do Interior Jawad Bolani já reconheceu que alguns malfeitores pertencem à suas fileiras e prometeu, perante o Parlamento, que, a fim de por termo a esta desordem, os seus homens serão, já no final de Agosto, equipados com novos uniformes e cartões de identificação difíceis de falsificar.
A transferência de poder aos iraquianos tem sido efectuada progressivamente e, até 30 de Setembro, com a chegada da restante ajuda financeira americana para a reconstrução do país, tudo estará a postos para que o Iraque possa gerir directamente as suas próprias finanças.
Contudo, o primeiro-ministro Nouri Al-Malik relembrou a comunidade internacional que "Ainda precisamos da vossa assistência. Uma grande parte do orçamento afecto à reconstrução foi utilizada para pagar às empresas e agentes de segurança, cujos custos são demasiado elevados."
Enfim, com a tão grande mediatização do conflito entre Israel e o Hezbollah, parece que o Iraque já não estava habituado a ser relegado para segundo plano nos jornais internacionais.
a 4 de Agosto
Alcácer-Quibir: Reconhecimento do cadáver de D. Sebastião
Caetano Moreira da Costa Lima
Museu Nacional Soares dos Reis, Porto
Al-Kasr al-Kebir, Alcácer-Quibir para os portugueses, foi a cidade junto da qual se travou a batalha mais traumática da história lusa, há exactamente 428 anos.
A 4 de Agosto de 1578, um exército expedicionário de 15 000 soldados, mal preparados e pouco disciplinados, formado por portugueses e mercenários provenientes da Alemanha, Flandres e Estados italianos, enfrentou as forças de Abd el Malek, que havia deposto, com o apoio otomano, o sultão marroquino Mulei Mohammed, aliado de Portugal.
Sem rei (nem roque), os finais do século XVI deram início à mais que anunciada queda do Império português, queda essa que só não foi mais rápida devido à descoberta, em oitocentos, de ouro no Brasil.
Na aldeia de Suaken, onde se encontraram as forças militares, foi erguido um obelisco em homenagem a D. Sebastião e aos outros dois sultões, todos eles mortos em combate. A famosa "batalha dos três reis" ficará, pois, para sempre guardada na memória histórica de uma nação que ainda hoje aguarda insistentemente o regresso do seu "Rei Artur".
quinta-feira, agosto 03, 2006
40 anos sobre o Tejo
Fonte: pt.wikipedia.org
Desde 1876 que se falava já na construção de uma ponte para ligar Lisboa à margem esquerda do Tejo, mas só em 5 de Novembro de 1962 se iniciou a construção daquela que viria a ser inaugurada a 6 de Agosto de 1966 com o nome de "Ponte Salazar".
Agora "Ponte 25 de Abril", tem um comprimento total de 2278 metros entre os maciços de amarração, situados nas margens norte e sul e um vão central de 1013 metros. Continua a ser a ponte com a mais longa viga de rigidez contínua, sendo que a fundação da sua torre sul é a mais profunda do mundo (com 82m).
Ainda hoje, é a única ponte suspensa de grandes dimensões com circulação rodoviária e ferroviária, em simultâneo.
Curiosamente, o pilar da torre norte assenta numa falha sísmica que só foi descoberta no aquando da construção das fundações de suporte ao pilar, o que originou um acidente que vitimou alguns mergulhadores-operários. É por isso considerada uma obra de risco, que é vigiada regularmente pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) e pelo ISQ (Instituto da Soldadura e Qualidade).
De "Salazar" a "25 de Abril", até pode ter sido construída uma nova ponte, mas os lisboetas vão continuar a chamar ao maior ex libris da capital "ponte sobre o Tejo".
quarta-feira, agosto 02, 2006
uma nova neutralidade
Fonte: www.nzz.ch
Depois de, em Julho, ter já criticado a operação israelita em Gaza, a Suíça voltou hoje novamente à carga, agora através da sua Ministra dos Negócios Estrangeiros, Micheline Calmy-Rey, que, na comemoração dos 715 anos da Carta Federal de 1291, proferiu a polémica frase "Celui qui se tait n'est pas neutre".
Apesar da sua tradicional neutralidade, como depositária das Convenções de Genebra, a Confederação Helvética tem começado a sentir necessidade de assegurar o respeito pelo direito internacional humanitário, preparando-se para marcar a sua posição, no sentido de fazer respeitar o direito.
No entanto, a neutralidade configura-se como um dever de se abster de participar em todas as hostilidades entre Estados, excepto se o próprio Estado neutro for vítima de agressão. A neutralidade clássica inspira imparcialidade, tolerância e prevenção.
Ora, face à situação actual no Médio Oriente, no seio da opinião pública suíça têm-se gerado divergências acerca do próprio conceito de neutralidade. Divergências essas que são suficientemente fortes para criar cisões no governo da Confederação.
De acordo com Micheline Calmy-Rey, Berna pode mostrar a sua posição sem comprometer os valores fundamentais do estatuto de neutralidade e, ao entrar na discussão sobre o direito humanitário no conflito israelo-libanês, agirá "no pleno respeito pela sua tradição e pelas suas convicções profundas". Mais adiantou a conselheira federal que "quem não se insurge contra o terror não é neutro, consente. O que, neste contexto, significa tomar partido".
O debate não fica por aqui e certamente que, nos próximos dias, continuará a controvérsia sobre o significado da velha neutralidade helvética.
terça-feira, agosto 01, 2006
cansado...
Fotos: www.sigloxxi.com
Pela primeira vez em 47 anos de regime, Fidel Castro afastou-se, a título provisório, da presidência cubana, devido a uma cirurgia intestinal, delegando o poder no seu irmão mais novo, Raul.
Fidel, que atingirá os 80 anos no próximo dia 13 de Agosto, atribuiu motivos de "cansaço" a esta retirada, enquanto o deputado norte-americano Lincoln Diaz-Balart (representante da Florida) dizia ontem à noite aos microfones da Associated Press que "este é um claro sinal de que o fim do regime de Castro se aproxima e que a única solução são eleições livres e um Estado de direito".
Fidel Castro com o irmão Raul
Esta cirurgia realiza-se poucas semanas depois de um relatório do governo dos EUA chamar a atenção dos norte-americanos para uma assistência a Cuba no momento da morte de Fidel Castro, no sentido de formar um governo transitório e apoiar o país no caminho para a democracia.