segunda-feira, fevereiro 05, 2007

from China with love...


Foto: www.sic.sapo.pt

Era uma viagem que poderia ter assumido alguma importância estratégica na política económica nacional. No entanto, ainda antes de José Sócrates entrar no avião, já a China tinha anunciado a ausência do seu presidente Hu Jintao na recepção ao chefe de governo português. Na verdade, à chegada, José Sócrates teve de se contentar com o sorriso de um mero vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.

E como se não bastasse a polémica prévia à viagem, a própria expedição a terras do oriente demonstrou, mais uma vez, que o ministro da Economia Manuel Pinho até pode ser um óptimo governante, mas só quando nada diz. Desde a ideia de copiar o slogan "Espanha marca" para "Portugal marca" - só porque tinha funcionado no país aqui do lado - aos orgulhosos elogios sobre os baixos salários portugueses...

Bastaria somente ter dito que Portugal tinha baixos custos de produção. O resto [os salários] deduzir-se-ia facilmente. Não valia a pena especificar. E pior: depois das críticas às suas infelizes declarações, não tentou redimir-se. Mesmo estando longe, não poupou palavras de 'carinho' aos sindicatos e à oposição, acusando-os de má fé política.

Nestas condições, em vez de ser Sócrates a brilhar, foi Pinho que o ofuscou, porém no mau sentido. E nem as explicações do chefe de governo ou mesmo as imagens do jogging matinal serviram para que a viagem de regresso fosse mais tranquila.

Contudo, a actual maioria rosa já demonstrou, por várias vezes, ser especialista em limpar as habituais 'calinadas' de um ou outro ministro com um pouco de propaganda - qual 'tira-nódoas'. E tudo me faz crer que a vitória do SIM no referendo de 11 de Fevereiro será aproveitada por José Sócrates como mais um triunfo do PS - o que seria a jogada mais suja da História política portuguesa.

Para bem da seriedade do Governo e da democracia, espero estar enganado.

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