segunda-feira, julho 31, 2006

só mais um mês


Fonte: www.cbsnews.com

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por catorze dos seus quinze membros (o Qatar, único país árabe, votou contra) uma resolução que exige, com carácter obrigatório, que o Irão suspenda os seus programas de enriquecimento de urânio num prazo impreterível de um mês, a terminar no próximo dia 31 de Agosto.

A proposta de resolução foi apresentada pela Alemanha França e Reino Unido, que pediram aos estados membros que exerçam vigilância e evitem o fornecimento de material e tecnologia que possa servir o enriquecimento de urânio por parte do Irão.

O voto contra do Qatar vem, mais uma vez, confirmar as suspeitas de que possam ser os grandes produtores petrolíferos a patrocinar a guerra contra o ocidente. Não serão certamente os Estados (com poucos recursos) a pagar, com as receitas dos impostos, as jihad's e as intifadas, mas sim os grandes produtores privados de petróleo, que tanto poder económico detêm nos países da península arábica, berço do Islão, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o próprio Qatar.

ter estômago


Fonte: www.bps.org.uk/

Como nos dias de hoje é hábito dizer-se, já "está cientificamente provado".

Mas neste caso está mesmo. As universidades de Londres e Newcastle concluíram que os desejos dos homens por determinados tipos de corpo do sexo oposto dependem das condições do seu estômago. De acordo com o relatório da investigação, apresentado no British Journal of Psychology, os homens com mais apetite gastronómico sentem-se mais atraídos por corpos femininos ditos "redondos".

Existem factores biológicos que condicionam a atracção e a situação em que se encontra o estômago masculino tem uma relação directa com o sexo. Deste modo, nas sociedades onde escasseia a comida, as mulheres "corpulentas" são as que gozam de maior sucesso entre os homens. Nos países onde se come mais, a realidade é completamente oposta, ganhando a corrida as mulheres mais magras.

O grande desafio dos investigadores Viren Swami (Londres) e Martin Tovée (Newcastle) é agora tentar descobrir se é possível verificar a mesma realidade no mundo feminino.

Este estudo vem comprovar que uma dieta pode nem sempre agradar ao sexo oposto. Dependerá do seu apetite (por alimentos, é claro!).

sexta-feira, julho 28, 2006

apagar a História


Fonte: www.elmundo.es

A Lei da Memória Histórica, para ressarcir, justamente, os perseguidos pelos crimes do regime franquista, foi uma promessa de Zapatero, de Março de 2004, juntamente com a retirada das tropas espanholas do Iraque e os casamentos homossexuais, quando ainda pensava que não ganharia as eleições. E, já durante este governo do PSOE, foi possível assistir à remoção de antigos monumentos a Franco e ao franquismo.

Os representantes do Partido Popular deram, por várias vezes, a entender que mexer no passado ou revisitá-lo servirá unicamente para reabrir feridas que a democracia espanhola tem tentado cicatrizar desde o final dos anos setenta. Alguns alegam até que lançar o debate sobre o tema da memória histórica não é mais do que uma forma de voltar a considerar o centro-direita espanhol como franquista e anti-democrático.

Entretanto, o Governo prepara-se para retirar uma das últimas estátuas a Franco, na Academia Militar de Saragoça, mas a grande dúvida recai sobre o que fazer com o faraónico mausoléu erguido, em homenagem ao caudillo e aos combatentes nacionalistas, no atemorizador Vale dos Caídos, perto de Madrid, onde continua o túmulo com o corpo de Franco.


Valle de los Caídos, em Espanha
Fonte: es.wikipedia.org

Na verdade, é difícil saber se é legítimo destruir ou transformar algo que faz parte da história de um país, seja uma parte boa ou má. No fundo, Zapatero reitera, agora em Espanha, um ritual que foi repetidamente executado nos países pertencentes ao antigo bloco de leste, ou mais recentemente no próprio Iraque, onde vimos capitular uma estátua de Saddam Hussein coberta com a bandeira norte-americana.

Uma coisa é homenagear quem lutou contra um regime autoritário e sofreu as ofensas e os crimes do franquismo, outra é fazer tombar estátuas.

Imaginemos, pois, que aqui mesmo em Portugal, a nossa quase centenária República decidiria retirar todas as estátuas monárquicas ou o próprio monumento ao Marquês de Pombal, que, embora iluminado, foi um governante autoritário e despótico que consta ter executado inocentes para se manter no poder.

Hoje em dia, nem sequer pensamos em deitar estátuas abaixo porque a maioria delas representa memórias demasiado antigas e que, por isso, não afectam a nossa sensibilidade política.

É realmente difícil avaliar a fronteira entre a justiça democrática e o radicalismo ideológico. Mas, sinceramente, valerá a pena apagar a história?

Yannick surpreende e "maestro" desafina


Fonte: record.pt

A noite passada foi pintada de verde, muito devido a um homem: Yannick Djaló, que marcou dois golos contra o Benfica, no Torneio do Guadiana. Num derby que pouco interessa para a história dos dois clubes, o Sporting demonstrou mais rapidez, mais criatividade e melhor frescura.

O "maestro" Rui Costa, desta vez, não conseguiu liderar a orquestra benfiquista, tendo até ajudado a desafinar, ao participar no lance do primeiro golo do Sporting.

A partida de ontem não dava pontos nem títulos, mas deu certamente mais moral a quem a venceu. A ver vamos se o Sporting continuará com esta fantástica forma ou se foi unicamente um energético ímpeto de verão. Veremos ainda se o novo reforço Carlos Bueno trará mais golos ao ataque de Liédson, que ontem esteve mais "mergulhão" que goleador.

Quanto ao Benfica, que até se havia estreado bem frente ao Bordeaux, esperemos que faça melhor na terceira pré-eliminatória da Champions, frente ao Áustria Viena. É sempre benéfico para o futebol nacional ver mais equipas portuguesas a competir e fazer vibrar a Europa.

quinta-feira, julho 27, 2006

10% viajam em 'low cost'


Fonte: www.planespotting.nl

Dos 5,6 milhões de passageiros que passaram peloaeroporto da Portela no primeiro semestre de 2006, mais de 550 mil viajaram em aviões de companhias low cost.

A posição periférica de Portugal tem sido, nos últimos tempos, a razão para os altos preços das viagens aéreas. No entanto, a chegada das companhias de baixos custos veio alterar o panorama a que os passageiros se habituaram.

Estes vôos de baixo custo, em que não é possível a marcação de lugares nem são servidas refeições, a não ser que o passageiro queira comprar um chocolate ou um refrigerante, trouxeram um novo fôlego ao tráfego aéreo nacional.

Graças às low cost, estamos agora mais perto da Europa. Só é pena que não seja aproveitado um dos aeródromos nos arredores de Lisboa e Porto para receber mais destas linhas aéreas, pois os preços - a maior arma da low cost - seriam ainda mais baixos.

quarta-feira, julho 26, 2006

o ingrato fado de se ser libanês


Fonte: www.deanesmay.com

O Líbano tem sofrido, nas últimas décadas, as externalidades de um conflito que não é o seu. O pacífico povo, de maioria cristã, que habita entre as margens do Mediterrâneo e as montanhas foi, com o passar dos anos, recebendo os refugiados palestinianos e tem acolhido os seus vizinhos no sul do seu território.

Ali se instalou o Hezbollah, que tem hoje como líder e seu militante mais influente Hasan Nasrallah, e que se tornou num dos mais problemáticos movimentos de resistência islâmica na região, além de um partido nacionalista (“Partido de Deus”, em Árabe).

Com mais um conflito armado, a população civil libanesa tem sofrido, nos últimos dias, ataques por parte das forças israelitas, o que parece não resolver o problema principal, que será evidentemente a neutralização do Hezbollah e dos seus recursos bélicos.

A solução apenas poderá passar pela intervenção de uma força internacional, com o aval das Nações Unidas. A entrada de Israel, sem apoio internacional, em território libanês não será mais do que uma incursão como todas as outras anteriores, que hipotecará durante mais anos a independência da democracia libanesa.

Estranha-se a falta de assunção de uma posição por parte do Primeiro Ministro libanês, Fuad Saniora, mas muitos têm considerado, mesmo antes do início do conflito, que a eventual mobilização do exército libanês para combater o Hezbollah seria demasiadamente frágil, o que poderia fracturar profundamente o país, até porque o Hezbollah integra a aliança que sustenta o Governo.

O jornal italiano Corriere della Sera veio, na passada terça-feira, 18 de Julho, apresentar uma entrevista com Fuad Saniora em que este se manifestava claramente contra o movimento xiita, sustentando que o Hezbollah havia criado “um estado dentro de um estado” e que o mundo inteiro deveria ajudar o Líbano a desarmar o Hezbollah – palavras que o gabinete de Saniora se apressou a desmentir, insistindo que “é a continuada presença de Israel na região de Cheeba Farms que contribui para a presença do armamento do Hezbollah”.

Enquanto o mundo espera desenvolvimentos na situação, é a população libanesa que aguarda ajuda internacional, na ingrata posição de continuar a sofrer as consequências de uma guerra que não é sua.

entre árabes e hebreus


American University de Beirute, nos anos 50
Fonte: misheli.image.pbase.com

Longe vão os dias plácidos em que os jovens aproveitavam as suas aulas de pintura nos jardins da American University da elegante Beirute – famosa pelas suas largas avenidas e chamada “a Paris do Médio Oriente”. Corria o ano de 1953 e, do outro lado dos ciprestes da Universidade, preparava-se o conflito que viria a eclodir cinco anos depois.

Os muçulmanos libaneses tentaram convencer o governo a juntar-se à República Árabe Unida (com o Egipto e a Síria), enquanto os cristãos queriam manter o país alinhado com o Ocidente.

Com a rebelião muçulmana, o presidente Camille Chamoun sentiu-se obrigado a pedir auxílio a Eisenhower, que respondeu em Julho de 1958 com a Operation Blue Bat, que deveria intimidar a ameaça síria e da República Árabe Unida.

Com a missão cumprida, as forças norte-americanas abandonaram o território libanês em Outubro de 1958. No entanto, regressariam em 1982.

A partir do início do conflito israelo-árabe, em 1948, o Líbano tornou-se na casa de milhares de refugiados que deixaram Israel.

Em 1976, a Síria enviou um contingente de 40.000 soldados com o intuito de empurrar a população palestiniana para o sul do Líbano, o mais longe possível da capital. Entretanto, a Síria aproximou-se cada vez mais das forças palestinianas e os cristãos-maronitas passaram a apoiar Israel.

Depois de duas invasões israelitas (em 1978 e em 1982, já com Ariel Sharon como Ministro da Defesa), as tropas hebraicas abandonaram o território libanês no ano de 2000.


Invasão do Líbano em 1982
Fonte: lcweb2.loc.gov

A explosão de um carro, que vitimou o antigo Primeiro Ministro libanês e membro da oposição anti-síria em 14 de Fevereiro de 2005, veio trazer um novo sentimento de instabilidade à pátria dos cedros, que nem a desocupação por parte da Síria de Abril de 2005 resolveu.

Depois dos lançamentos de rockets e morteiros contra as vilas israelitas de Even Menahem e Mattat, por parte do Hezbollah a 12 de Julho deste ano, o Primeiro Ministro israelita Ehud Olmert considerou o ataque como um “acto de guerra”, prometendo uma “dolorosa” resposta contra o Líbano.

terça-feira, julho 25, 2006

nove graus a oeste



Com o verão 2006, a praia, o sol, os protectores solares e também os autobronzeadores, até parece que sopram ventos de mudança no nosso país (ou não), que não poderiam deixar de afectar o refrescarportugal.

Foi um ano de grandes acontecimentos em Portugal e no Mundo: um ano de estreia de Sócrates no Governo, dos vinte anos de Portugal na integração europeia, da presidência britânica da União, da gripe aviária, das autárquicas, das presidenciais, das legislativas em Itália, do quarto lugar no Campeonato do Mundo...

Um ciclo que se fecha com este verão, à espera, como em todos os anos (embora em vão), que a silly season traga uma lufada de ar fresco (como agora tanto se diz) à sociedade portuguesa bem como à comunidade internacional.

Chegou, pois, o momento para que o refrescarportugal sofresse uma nova metamorfose e, talvez por influência da passagem por Lisboa das Tall Ships' Races, o blogue vira-se mais para a posição atlântica das terras lusas, muda de cores e, o mais importante, de nome.

A partir de agora, o refrescarportugal (que parecia ser um slogan político de quinta categoria) passa a algo mais intelectualmente ou, pelo menos, geograficamente estimulante: nove graus oeste ou simplesmente 9ºW (a longitude de Portugal), em homenagem ao nosso lugar no mundo.

Na esperança de que esta mudança traga algum novo contributo à comunidade bloguística e internáutica (note-se já a utilização de linguagem marítima), aqui fica o convite para que os leitores aqui regressem, numa próxima surfada pelas vagas da world wide web.

refrescarportugal.blogspot.com muda para novegrausoeste.blogspot.com